A Vida dos Outros

Indicado ao Globo de Ouro e Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck , “A vida dos outros” é um filme alemão produzido no ano de 2006 e lançado em 2007. Filme envolvente que perturba e comove ao mesmo tempo, narra uma história real do dramático sistema de espionagem existente na Alemanha Oriental durante o período da guerra fria nos anos 80. Filme que mostra a realidade política da antiga RDA (República Democrática da Alemanha), regime socialista totalitário, abordando a vida difícil de pessoas que eram censuradas em seus trabalhos e tinham suas vidas invadidas por qualquer suspeita de oposição ao regime, além do abuso do poder e chantagem, onde muitos recorriam ao suicídio a ter que viver uma vida de escravidão intelectual, tendo como ponto forte a falta de liberdade de expressão e de pensamento.

Sendo um filme que narra um período histórico da Alemanha, revelando a veracidade de um regime totalitário, que não permite a liberdade de expressão e pensamento, nos permite fazer uma ligação com um período histórico marcante em nossa realidade brasileira, utilizando também o cinema para rememorar esse período marcado por duras repressões do governo. Filmes estes que nos permite conhecer um pouco daquilo que não são contados nos livros didáticos de história do Brasil, tais como: “Uma História de Amor e Fúria”; “Batismo de Sangue”; “O Que é Isso Companheiro”; “Lamarca”, etc. dentre tantos outros, filmes que narram um pouco da história não contada, relatando a trajetória de pessoas que se opunham ao regime totalitário imposto no Brasil. Que tinha também pessoas espionadas, perseguidas, torturadas, sofrendo duras repressões pelo simples fato querer exercer sua liberdade. Fazendo esta ligação entre países distintos com realidade completamente diferentes, podemos perceber a dura realidade de um regime político totalitário, utilizando os mesmos mecanismos de controle para manter a “ordem”.

A vida dos outros é realmente um excelente filme além de nos permitir ter essa visão da política, também nos sensibiliza pela transformação sútil do personagem espião que se envolve com os sentimentos dos seus espiados, inicialmente prepotente e arrogante, conhecido por executar com excelência suas tarefas, passando a um humano sensível que pode ser percebido pelo seu olhar. Pois podemos atravessar do seu olhar e perceber quando suas convicções são duramente confrontadas, levando-o a mudar de lado, o lado repressivo.